Arcanos Maiores

Arcanos Maiores
Tarot de Marselha

sábado, 28 de agosto de 2010

Arcanos Menores



NAIPES

O nome naipe possivelmente deriva-se de “Naibbi”, ou “Naibb”, do sânscrito “Nabe” que significa “ponto central da roda”. Outros autores pretendem que esta palavra tem origem no árabe “Naib”, que significa “representante”, “mensageiro”, no sentido de alguém incumbido de uma determinada tarefa. Os Arcanos Menores são compostos de 56 cartas divididas em quatro séries, ou naipes de 14 cartas cada, sendo numeradas do Às ao 10, mais quatro cartas com figuras humanas de Rei, Rainha, Cavaleiro e Pajem. Dividem-se os Arcanos Menores em quatro naipes denominados: 

BASTÕES ou PAUS – ESPADAS ou GLÁDIOS

MOEDAS ou OUROS – COPAS ou TAÇAS.

Ao buscarmos no passado antigo o sentido destes símbolos associados aos Arcanos Menores encontramos em alguns textos iniciáticos claras referências em relação aos seus significados cujas raízes são encontradas nos rituais dos povos pagãos desde a antigüidade e que sobrevivem até a atualidade em nossos rituais cotidianos:


COPAS – TAÇAS.

Gregos e romanos, quinhentos anos antes da nossa Era, associaram o culto de Hígia, Deusa da Saúde, ao de Esculápio, deus da medicina. Hígia velava pela manutenção da saúde, personificando a sabedoria, segundo a qual as pessoas seriam saudáveis se vivessem sabiamente. Mais tarde fizeram de Hígia a filha de Esculápio e deram-lhe como atributo a serpente de Epidauro, à qual a divindade apresentava comida numa taça, o atual emblema dos farmacêuticos. Outro símbolo ritual sincretizado que mais conservou e que ainda guarda, para os devotos católicos, o sentido essencial dos mistérios da iniciação pagã é a elevação do cálice na missa. Esse ritual foi descrito por Jung na obra “O Homem e seus símbolos” como: “A elevação do cálice para o alto, prepara a espiritualização... do vinho. Isto é confirmado pela invocação do Espírito Santo, que se segue imediatamente (no ritual). A invocação serve para fazer penetrar no vinho o Espírito Santo, pois é Ele que gera, consuma e transforma. Após a elevação, colocava-se, antigamente, o cálice ä direita da hóstia, em lembrança do sangue que se derramara do flanco direito de Cristo”. O ritual da comunhão portanto é o mesmo em toda a parte; tanto é expresso ao beber-se da taça de Dionísio como faziam os antigos, quanto do cálice sagrado cristão como fazem até hoje”

Segundo Joseph Campbell em seu “O Poder do Mito”: “Há numerosas fontes para o mito do Santo Graal. Uma delas é que, na mansão do deus do mar, nas profundezas do inconsciente, há um caldeirão de abundância. É a partir das profundezas do inconsciente que as energias da vida chegam até nós. Esse caldeirão é a fonte inexaurível, o centro, a primavera borbulhante da qual se origina toda a vida. Não apenas restrito ao inconsciente, mas também ao Vale do Mundo - Conforme afirma o Taoísmo chinês. As coisas estão acontecendo na vida, ao seu redor, a todo o momento. Há uma vida afluindo para o mundo, ela verte de uma fonte inexaurível. Eis o significado da imagem do Graal, da fonte inexaurível, da causa primeira.”. Sendo assim, o Santo Graal representa o centro da harmonia perfeita, a busca da perfeição, totalidade e unidade geradora do ser.

PAUS – BASTÕES.


Segundo a estatuária grega, o mesmo Esculápio é um homem muito forte, de peito largo, ombros possantes, imponente. Encarna a saúde com uma mescla de poder e calma. Ao princípio era representado apoiado a um enorme bastão, mas este atributo simbólico não tardou a alongar-se e tomar o aspecto de uma espécie de bengala, emblema do comando. Esse bastão de oliveira rugosa, nodosa – o ceryx – está ornado com duas serpentes que não se entrelaçam como do Caduceu de Hermes, mas formam uma grinalda. Do Caduceu, precisamos mencionar, foi a primeira varinha mágica conhecida, presente de Apolo ao seu meio irmão, Hermes, tinha função de cajado de rebanhos.

Os semitas, os gregos, os romanos e outros povos do mundo antigo tinham firme convicção na superioridade da magia do Egito sobre a taumaturgia de outras terras. Muitas são as referencias sobre bastões mágicos usados pelos sacerdotes. No Velho Testamento e no Alcorão lemos que Moisés, o rei hebreu, um dos maiores discípulos conhecidos na prática da magia egípcia, usava uma vara ou bastão mágico. Como os magos e sacerdotes egípcios já haviam feito, Moisés dividiu as águas e travou o famoso duelo mágico com eles transformando seu cajado numa serpente, pois até mesmo conhecia algumas antigas palavras mágicas do clero faraônico, pela sua alta posição na corte. A realeza, o clero e o povo estavam impregnados de crenças mágicas, sendo o próprio filho mago de Ramsés II que opôs suas artes contra o hebreu em 1300 a. C.. Duzentos anos antes, conta o papiro de Westcar, milagre idêntico a separação das águas atribuída a Moisés, foi realizado por outro antigo sumo sacerdote

Bastões cerimoniais sempre foram utilizados pelos reis e até mesmo os marechais da França o utilizam. Os povos primitivos em seus rituais totêmicos principalmente na África, onde a magia cerimonial ainda conserva grande parte do seu valor. Em Daomé, pequeno país africano, seus feiticeiros utilizam bastões cerimoniais onde é representado o símbolo do duplo machado de Xangô, deus do trovão, seu símbolo de poder. Podemos encontrar ainda relatos sobre ritos para o fabrico do bastão mágico dos Datous – os sacerdotes – na tribo dos Bataques, de Samatra. É uma peça de madeira dura onde são esculpidas formas de homens e animais, cada forma tendo seu significado e sua virtude. Este bastão mágico seria consagrado por um sacrifício humano, de uma criança roubada da tribo vizinha: depois de lhe terem dado tudo que ela necessita, com um ritual bem determinado, deitam-lhe chumbo na boca.

Bastões podem ser transformados em lanças. Nas lendas cristãs da Idade Média, a Santa Lança, cuja ponta escorre o sangue de Cristo, através do direito divino daria poder aquele que a possui o poder de governar sobre todas as raças.


ESPADAS – GLÁDIOS

Conforme são mencionadas nas lendas e mitos universais, as espadas entre todas as armas podem ter poderes determinados, sempre referidos nos contos, em grande número de menções e passagens onde desempenham um papel de primordial importância. Nas obras da Ilíada e da Odisséia, nos contos sobre a busca do Santo Graal, o Cálice Sagrado pelos cavaleiros do rei Artur e de Carlos Magno são muitas as referências sobre todo o tipo de armas encantadas destacando-se o papel das espadas. A espada é a ferramenta luminosa da obra cavaleiresca. Sua ponta significa impor obediência, pois o cavaleiro enfrenta infiéis e pagãos, por um lado, e ladrões e assassinos do outro, impondo seu papel de restaurador da ordem estabelecida. Nas lâminas das espadas, punhais ou facas encontramos freqüentemente inscrições ou motivos decorativos, verdadeiras fórmulas talismânicas que reforçam o poder da arma; graças às fórmulas encantadas gravadas seu possuidor poderá atacar ou defender-se melhor do adversário, garantindo sua invulnerabilidade. Era considerada, como o punhal, o eixo de luz que transpassa as oposições e contrários para fazer renascer a unidade, podendo fulminar o ser indigno, ou transmitir o espírito criador, conferindo armas espirituais àquele que partia em busca do Graal.

Quando os reis são coroados, o bispo entrega ao monarca o gládio real. Essa espada, que costuma chamar-se de São Pedro, ou Joyeuse que significa “alegre” pois só é utilizada nos dias de regozijo, começando por ser benzida sem ter sido retirada da bainha: o arcebispo entrega ao rei de pé, e, em seguida, volta a pegar nela. Tira-a da bainha e coloca-a, nua, sobre o altar; depois torna a apresentá-la ao rei, que após tê-la brandido com a ponta pelo ar, a beija e a coloca sobre o altar; o arcebispo volta a pegar nela pela segunda vez e a entrega definitivamente. O rei recebe-a ajoelhado, indicando sua necessidade de uma retidão interior que lhe permita aplicar a ordem eterna das coisas, e depõe-na entre as mãos do seu marechal, este atravessará a igreja com ela erguida, a ponta virada para cima, como eixo vertical que liga o céu e a terra. Atributo de um poder militar, poderíamos perguntar-nos porque a Igreja abençoa uma arma de guerra, quando deveria promover a paz entre os homens conforme a doutrina cristã. Na realidade, neste ritual um mandatário religioso retira do rei o gládio da cavalaria temporal e entrega-lhe um gládio espiritual.

Na prática mágica, a espada, através da sua ponta, faz desaparecer os maus fluidos e permite dissolver as coagulações fluidas. A espada real, mantida na sua frente por um pajem escudeiro, quando das suas viagens, protege o rei de todas as feitiçarias e de todos os pensamentos nefastos. Neste caso a espada é uma espécie de “pára-raios” espiritual

De acordo com os textos taoistas, a espada simboliza o raio luminoso ou cósmico que pode desintegrar todas as coisas e até mesmo permitir a transformação do nosso corpo casual em corpo sutil. Essa arma é o reflexo do relâmpago primordial, do fiat lux cristão.


Arma composta de dois gumes em sua lâmina, representa além disso, a dualidade que se funde num eixo único, da mesma forma que as duas serpentes se enroscam em volta do bastão do Caduceu de Hermes. A força dupla é, em si mesma, de essência única. E esse eixo, o da espada, e do Caduceu, é, com efeito, o eixo do mundo.

Poderíamos desenvolver este simbolismo axial, em que a espada tanto se aparenta ao raio solar. Duplo poder criador e destruidor da palavra, a espada, manifestação do verbo, símbolo da iniciação, põe, assim, em relação o monarca, o eleito, o iniciado em contato com as forças do cosmo. A espada conserva o poder.


Devemos também evocar a faca mágica, ou sacrificial utilizada pelos sacerdotes e iniciados, descrita segundo a Chave de Salomão, o escrito mágico atribuído ao rei Hebreu: “Faça-se uma faca de ferro, com lâmina do aço mais fino, cujo punho seja branco como marfim e mergulhado para resfriamento e tempera no sangue de um ganso macho, e que isto seja feito no dia e hora de Mercúrio, em quarto crescente, e que fique terminada entre a primeira e a terceira hora, e sobre a qual mandará rezar três missas vulgares e escreverás sobre o punho, com o cinábrio exorcizado, com uma agulha ou buril preparados para este efeito, os caracteres misteriosos”. 

Notemos, ainda, que a espada, assim como o gládio, pode representar a cruz, considerando que a sua guarda representa o braço horizontal desse sinal.

Jung via na espada ou punhal, o símbolo da vontade, ligada à idéia de penetração numa direção precisa e ao desejo de atingir um objetivo.

A maçonaria, por seu lado, utiliza simbolicamente uma espada flamejante, cuja lâmina, ondulada, nos leva a pensar no movimento da chama; seu bordo sinusoidal pode representar a serpente de fogo. O anjo do Paraíso faz girar essa espada flamejante, que, por isso adquire um valor místico, um poder de ressurreição. No entanto, notemos que esse símbolo da autoridade espiritual só pertence ao presidente da loja maçônica. Quando da iniciação do neófito, o venerável repete o antigo gesto da cavalaria, no sentido de purificação do iniciado: com a mão esquerda, coloca a espada flamejante sobre a cabeça, o ombro esquerdo e o ombro direito, dando de cada vez um único toque. Encontramos o mesmo símbolo no Zen, onde o mestre, graças ao Kyôsako – que representa o gládio - , com que são dadas as pancadas rituais, consoante um ritmo especial, sobre o ombro do discípulo, simbolizando o combate interior, que provoca uma recuperação do ser. A espada flamejante de Boddhisatva proporcionava o conhecimento e a liberação dos desejos; a de Vishnu simbolizava o puro conhecimento e a destruição da ignorância; sua bainha é a da obscuridade, da cegueira. A espada celeste no Japão assemelha-se as nuvens, reprime o fogo na erva, sendo encontrada na cauda do Grande Dragão, constituindo , com o Espelho e as Jóias, os símbolos dos tesouros do Trono japonês, identificando-se respectivamente com as virtudes de bravura (yû), conhecimento (chi), e caridade (jin).

Sem pretendermos aprofundar-se sobre o tema dos enfeitiçamentos e seus malefícios, devemos ressaltar que a arma talismânica desde tempos imemoriais pode causar verdadeiro perigo na guerra ou caça. Um homem ferido por tal tipo de arma morre, ou melhor, se deixa morrer, pois sabe que nada poderá salvá-lo.

MOEDAS – OUROS.


Atribui-se aos Lídios, povo da Mesopotâmia, a invenção da moeda. A prosperidade da Lídia, uma cidade estado, foi devida ao ouro encontrado na região, que consagrou a grande riqueza de seus reis. Por todo o Oriente Médio os metais comuns e preciosos, particularmente a prata e o cobre, serviram como dinheiro em circulação para facilitar o intercâmbio de bens. Antes do advento do dinheiro os metais eram pesados em balanças e trocados pelas mercadorias desejadas. Algumas vezes os lingotes e os anéis de metal faziam-se com um peso de lei, tal como barras de prata encontradas em escavações na Média, ou o lingote circular de prata com uma inscrição do nome de Bar-rakib, soberano do séc. VIII a . C. de Sam’al no Levante, que pesava exatamente uma mina, isto é, aproximadamente 497 gramas.

As moedas que primeiro se cunharam com um dispositivo para garantir sua qualidade e peso foram encontradas nas fundações do Templo de Artemís em Éfeso, deusa protetora das parturientes. Eram feitas de electro, liga natural de ouro e prata, que se obtém nas areias grossas dos rios Pactolo na sua passagem por Sárdis ou do rio Hermos, que possuíam em seu leito os dois raros metais combinados. Era utilizada uma pele de carneiro no garimpo, para filtrar a água do rio e reter os grãos de ouro e prata, material conhecido como “ouro pálido”. Alguns autores afirmam que desta técnica de extração surgiu o mito do “Velocino de Ouro”, no imaginário grego.

Algumas destas moedas tinham como emblema uma cabeça de leão. Uma tinha uma inscrição em lídio. Estão datadas entre o séc. VII e VI a. c., nos tempos do rei Alyate ou de seu filho o rei Creso, primeira autoridade a emitir moedas com chancela, representando um Estado, sendo atribuída a eles esta invenção. Posteriormente, em função da incerteza sobre as quantidades de metal existentes de cada elemento na moeda, o rei Creso, último monarca lídio (561-548 a.C.), estabeleceu a cunhagem bimetálica, separada em ouro e prata. Entretanto o abandono total do electro demorou mais de um século na Ásia Menor. Sua criação deveu-se a necessidade do Estado em pagar exércitos e funcionários leais. Até o fim do séc. VI a.C. a cunhagem de moedas espalhou-se por todo o Mediterrâneo. Um mercenário, na época percebia por mês 1 stater, moeda de electro com 14/16 gr. de peso. No séc. V a.C., iniciaram-se as primeiras emissões de moedas de bronze, liga metálica de cobre e estanho, provavelmente visando facilitar as trocas de mercadorias na vida cotidiana.

Seu formato esférico possivelmente esteja associado ao culto solar, já que o ouro é associado ao Sol, sendo o metal considerado por alguns povos como sua energia condensada na matéria. No formato do disco solar, a moeda, representa o poderio do mandatário, sua fortuna, seu tesouro terreno e serviu de oferenda nos templos onde eram sempre bem aceita pelos sacerdotes no pagamento de votos, ao pedir o favorecimento dos deuses, nos rituais e oferendas dos seus fiéis. Na época de Alexandre os templos eram utilizados como verdadeiros bancos, onde eram depositados os tesouros conquistados pelo caminho, para pagar as campanhas militares do imperador. Os grandes monarcas mandaram cunhar moedas com sua efígie, alguns com atributos divinos, para divulgar seu poder entre os súditos, como fez Alexandre o Grande, figurado como Hércules e Zeus entronizado na sua moeda e antes dele Dario, o grande rei Persa, que mandou cunhar o “dárico”. As moedas sempre reproduziram as lendas, os mitos e principalmente os deuses, seus atributos divinos associados ao poder vigente, a própria imagem do monarca reinante em todos os impérios dos séculos vindouros. O valor talismanico, pantacular e mágico destas moedas, reconhecido pelos homens de todas as épocas reforçaram as crenças no poder mágico do metal. O mistério de sua transformação e combinação era conhecida sómente pelos mestres artesãos iniciados na hermética arte metalúrgica. Na China, por exemplo, segundo sua tradição milenar a casa, no sentido de lar é protegida por um talismã constituído à base de moedas de várias dinastias, presas por um fio vermelho tendo a forma de um sabre. Moedas chinesas são comumente utilizadas na construção dos hexagramas do I Ching, o livro das mutações taoísta, para uso adivinhatório. Seu lançamento no tipo “cara” ou “coroa” determinam a tendência Yin-Yang da questão.


ARQUÉTIPOS HUMANOS.

Os símbolos dos naipes representados nos Arcanos Menores expressam os atributos da humanidade, seu quaternário humano, pois os instrumentos, presentes no tabuleiro figurado na lâmina O Mago, são artefatos com raízes anteriores a história, parte integrante de nossa evolução, ferramentas elaboradas por nós como entes pensantes, primatas privilegiados deste ciclo vital, desta biosfera planetária. Nenhum outro ser, nenhum outro animal poderia dispor ou conceber tais instrumentos sem a centelha divina que diferencia nossa humanidade dos outros seres. Os Bastões, as Espadas, as Copas e as Moedas possuem força própria, como talismãs mágicos desenvolvidos e criados pelo homem em sua marcha evolutiva, transcendem sua evidente utilidade como artefatos de uso prático do nosso cotidiano tecnológico, como simbolos de nossa civilização. Olhando no passado da história humana, desde o Crescente Fértil, até o antigo Egito, tais ferramentas trouxeram conforto, riqueza, trabalho e proteção aos homens, auxiliaram na sua sobrevivência perante e até mesmo contra o capricho dos deuses, os quais representavam o meio ambiente muitas vezes adverso em que viviam nossos antepassados. A sobrevivência da espécie humana no planeta estava diretamente associada a tais artefatos como contam os mitos.

Mais do que isto, seu sentido oculto exprime a própria espiritualidade do homem em sua evolução para entender o sentido de sua existência perante o Kosmos, sendo Copas, o receptáculo do próprio ente humano que se manifesta, o vaso onde nossos fluídos corpóreos sofrem a influência direta dos astros em sua jornada infinita pelo firmamento, nossa ligação com o etéreo, nossa estrutura física e nossa essência unidas em um só corpo ou vaso. Paus exprime a capacidade de transformação da matéria bruta, pelo ente humano que pode utilizar a natureza ao seu serviço e benefício. Espada, a vontade divina que habita no ente, o estágio superior do homem, onde o conhecimento e poder sobre a matéria está a serviço de um objetivo maior. As moedas exprimem o padrão de medida criado pelo ente humano, o metal dourado, objetivo final dos alquimistas, expressa a pureza e a possibilidade de iluminação do ser.

São todos estes símbolos da cultura humana, ou planetária, ou a “Árvore da Vida” na esfera de Malkuth cabalistíco, pela sua óbvia universalidade de sentido, expressam a imagem estrutural e genérica do ente humano ou ente relativo, o microcosmo, habitante do mundo da matéria.


Os naipes dos Arcanos Menores no Tarô representam os arquétipos sensuais ou mundanos, a relação entre o homem e o planeta, as possibilidades de transformação dinâmica, os obstáculos, o cotidiano do homem. Sua finalidade é satisfazer a curiosidade do homem, como síntese adivinhatória, sem o mesmo conteúdo hermético, sacro ou sábio, nem o apelo iniciático dos Arcanos Maiores. Quando são incidentalmente deitados seus naipes invertidos, os Arcanos Menores da mesma maneira que os Maiores, seu significado é contrário ao convencionado pela tradição oculta.

Estes arquétipos podem ser associados a várias interpretações, pois existem diversas maneiras de representar o quaternário, imagem do Absoluto:


O BASTÃO = Imagem do ativo, representaria o iod hebraico ( I ).

A TAÇA = Vazia, imagem do passivo, representaria o primeiro hé ( H ).

A ESPADA (A CRUZ) = Representaria o vau ( V ).

O DISCO = Representaria duas taças sobrepostas, a repetição do hé ( H ).

Sendo IHVH ( Iavé ) um dos nomes do Ente Absoluto segundo a Cabala Hebraica.

Na maioria das cartas de jogar, estes elementos, os naipes, imagens do absoluto, são pintados de maneiras opostas, Paus (TREVO) e Espadas (PIQUE) de preto representando o ativo e Copas (CORAÇÃO) e Ouros (LOSANGO) de vermelho representando o passivo.

Os naipes podem ser associados às quatro classes sociais da Idade Média:

CLERO = TAÇAS                                                                                   NOBRES = ESPADAS

COMERCIANTES = MOEDAS                                                            CAMPONESES = BASTÕES


São associados também às quatro insígnias celtas:

CALDEIRÃO = TAÇAS                                                                        ESPADA = ESPADA

SALVA = MOEDAS                                                                              LANÇA = BASTÕES.


Podem também ser os naipes associados aos quatro elementos da natureza:
                     
ÀGUA = TAÇAS                                                  AR = ESPADA

                    TERRA = MOEDAS                                            FOGO = BASTÕES


Percebemos pelo significado dos Arcanos Menores outro aspecto evidente, a tendência básica ligada ao naipe dominante que não pode ser esquecida na interpretação:

ESPADAS = Vigor, coragem, força, atividade, luta.

BASTÕES = Trabalho, progresso, evolução.

TAÇAS = Sentimento, prazer, alegria, felicidade.

MOEDAS = Posse, dinheiro, bem-estar.

Outros autores do oculto preferem destacar tendências básicas associadas a vida e personalidade do consulente:

ESPADAS = O intelecto agudo, a discórdia, e a infelicidade.

BASTÕES = O espírito empreendedor, o sucesso, e a fama.

TAÇAS = O amor e a felicidade.

MOEDAS = O mundo físico, os valores materiais.

LEITURA PELOS NÚMEROS
Após considerar a temática do naipe proposto, podemos interpretar seu sentido através dos números das cartas e seu significado:


1 = O impulso, início de ação, atividade criadora, o princípio ativo, a oportunidade que deve ser usada.

2 = A dualidade, a polaridade, que encerra um ciclo vivido como tensão ( ESPADAS ), fecundidade ( BASTÕES ), fortuna ( MOEDAS ), ou relacionamentos ( TAÇAS ). Contraposição a unidade, etapa inicial e precária para o caminho iniciático.

3 = O primeiro número harmônico, estabilização temporária, possibilidade de sucesso (exceto Espadas). Trindade, ordem do ternário, síntese espiritual.

4 = Passividade em excesso, o número já contém uma tentativa de rigidez. A matéria, o mundo material.


5 = Estado de mudança, o refluir depois da estabilidade, o microcosmo humano. Harmonia do físico, saúde, erotismo e virilidade.

6 = Tradicionalmente um número negativo que denota crise, obstáculos internos de ordem espiritual, ou externos causados por terceiros. Ambiguidade, número sexual por excelência.


7 = Número harmônico, triunfo, conclusão coroada de êxito. Soma do espiritual e material, do mundo mental e do mundo terrestre, número da vitalidade.

8 = Depressão, insegurança, tormento, sofrimento, estagnação, sucesso parcial. Regeneração, número da reflexão, última trama.

9/10 = Positivo para MOEDAS e TAÇAS. Excessivo para ESPADAS e BASTÕES. O nove determina abnegação, sucesso exigindo mudança de rumos, o retorno à unidade. O dez determina a mudança, o fim de um ciclo ou caminho, é o número dos mistérios. Por isso, a carta que leva este número entre os Arcanos Maiores ( A Roda da Fortuna ) é chamada O Chefe dos Arcanos.

FIGURAS HUMANAS

Evitando-se criar mais uma polêmica sobre as origens dos Arcanos Menores do Tarô, acreditamos que na Idade Média, ou mesmo antes disto, as figuras originais representando deuses pagãos foram substituídas pelos reis e rainhas, mais apropriados aos obscuros tempos católicos, num verdadeiro sincretismo, garantia de sobrevivência das lâminas contra sua destruição, que permaneceram assim entre os ocultistas com seus atributos originais como já vimos antes, escondidos sobre novas roupagens medievais. No passado distante as figuras deviam representar deuses subalternos do grande panteão existente, cada um diretamente associado aos atributos de cada naipe. As figuras antropomórficas só depois passaram a representar não apenas as influências astrais, mas também os próprios consulentes, conforme a aparência ou perfil psicológico. Conforme Joseph Campbell, uma das maiores autoridades no campo da mitologia afirma em sua obra: “As imagens do mito são reflexos das potencialidades espirituais de cada um de nós. Ao contemplá-las, evocamos os seus poderes em nossas próprias vidas”.

Os Arcanos Menores, dentro deste contexto, representam as forças secundárias ou subalternas, isto é, subordinadas aos princípios expressados pelos Arcanos Maiores. Representam a influência do divino sobre o material, o cotidiano do consulente. Deste quaternário representado pelos naipes resultam quatro novas figuras, que são polarizadas: o Rei, a Rainha, o Cavaleiro e o Pagem. Enquanto os dois primeiros podem refletir influências sobre o consulente, seu lado masculino ou feminino, os dois últimos respectivamente significam disposição das pessoas quando o fato acontece, e representam oportunidades e ofertas que chegam de fora. Pensando de forma ousada poderemos considerar que os mandatários, rei ou rainha, ex-divindades, expressam o espiritual ou divino de cada naipe, enquanto que seus súditos o pajem e o cavaleiro são agentes, pessoas representadas no plano terreno, quando surgem em jogo. Do ponto de vista da imaginação simbólica, trata-se de diferentes forças operando na mente humana. Pode-se pensar nelas, expressando desejo, amor ou ódio, como inspiradas por diferentes divindades. 


Apesar de tais considerações polemicas que acreditamos vêm a contribuir para debater e gerar o enriquecimento de conhecimentos sobre o assunto, devemos considerar estas figuras como pessoas, ou personagens, mas não devemos deixar de pensar sobre seus atributos divinos quando consultamos o oráculo:
PANTEÃO GRECO ROMANO.

O IMPERADOR = JÚPITER/ZEUS                                          A IMPERATRIZ = JUNO/HERA

REI DE COPAS = CUPIDO/EROS                                         RAINHA DE COPAS = VÉNUS/AFRODITE

REI DE ESPADAS=MARTE/ARES                                        RAINHA DE ESPADAS = MINERVA/ATENAS

REI DE PAUS = MERCÚRIO/HERMES                                  RAINHA DE PAUS = DIANA/ÁRTEMIS

REI DE OUROS = APOLO/HÉLIOS                                       RAINHA DE OUROS = SELENE/HECATE


TAROT - UMA NOVA VISÃO HOLÍSTICA.

Papus, Eliphas Levy e outros grandes ocultistas conhecidos buscaram em seu afã de desvendar os antigos símbolos do Tarô, interpretar seus sinais através de uma associação direta com a cabala hebraica, fruto da grande influência cultural do Velho Testamento na época, doutrina que bem conheciam. Porém o Tarô não deve ser restrito ou limitado aos conceitos da doutrina judaico cristã pois seus conhecimentos provem de uma antigüidade e sabedoria bem anterior aos eventos tratados na Bíblia. Não queremos menosprezar a Tradição Cabalista, mas afirmar que existia um universo esotérico muito mais amplo na Antiguidade. O Tarô e seus Arcanos representam o apogeu de uma civilização milenar, mediterrânea, politeísta, uma cultura iniciática que não conhecia fronteiras, com raízes fincadas nas tradições dos antigos povos indo-europeus, e com uma abrangência muito maior e mais importante do que os sábios conhecimentos esotéricos de um pobre povo nômade do deserto. É certo que tais conhecimentos chegaram até nós e influenciaram sobremaneira as gerações que vieram depois, principalmente com a difusão do cristianismo, mas sua universalidade são resultado muito mais da capacidade de absorção cultural hebraica, que assimilou tais conhecimentos universais na época entre os povos que conviveu como forma de sobrevivência, do que essencialmente fruto de um único tronco religioso hebraico originado em seu patriarca Abraão. Podemos encontrar fragmentos do zoroastrismo persa no seu monoteísmo, e também influência substancial dos conhecimentos esotéricos egípcios e babilônios nas suas práticas religiosas e na denominação de seus deuses, assim como outras peculiaridades exógenas inseridas na doutrina cabalística hebraica. Os “Livros de Hermes” serviram de inspiração para sua tradição esotérica, obra atribuída ao deus egípcio Toth. As práticas mágicas secretas e religiosas desta antiga obra esotérica, conforme demonstram grande quantidade de referências, foram seguramente utilizadas pelos magos hebreus. Várias autoridades judaicas afirmam que as artes mágicas e esotéricas foram aprendidas durante o cativeiro do povo de Israel lá, às margens do Nilo. Sobre Toth, Platão afirmou tratar-se de um homem de grande sabedoria, um grande mago que vivia no Egito, posteriormente deificado. Mesmo o monoteísmo da cabala, que pretendem uma doutrina panteísta de emanência, prega a subordinação destas muitas emanações ou manifestações divinas ao Absoluto, criando um verdadeiro panteão de anjos, querubins e outros demônios, verdadeiras divindades subalternas. Até na religião católica podemos encontrar simbolismos semelhantes em sua legião de anjos, santos e santas. A mente humana é basicamente politeísta na condução de suas crenças particulares. No Brasil, por exemplo, existe um verdadeiro caldeirão de influências esotéricas xamânicas nativas e outras importadas da Europa e África, onde o vulgo jornadeia em sua busca religiosa, sendo o monoteísmo católico ou protestante uma falsa fachada. Mesmo no Taoísmo chinês, filosofia existencial e atéia, permaneceram os antigos rituais e as imagens das divindades pré-históricas. As suas deidades foram sincretizadas e continuaram a ser cultuadas entre o povo nos últimos milhares de anos. “Na maior parte do pensamento oriental, e também no primitivo, os deuses são manifestações e provimento de uma energia na verdade impessoal. Eles não são a fonte dessa energia. São o veículo dela. E a força ou qualidade da energia por eles representada determina o caráter e a função do deus”. Segundo Joseph Campbell em seu “O Poder do Mito”, “existem deuses da violência, existem deuses da compaixão, existem deuses que unem os dois mundos, o visível e o invisível.... São personificações da energia ( cósmica ) em andamento. Mas a fonte única permanece um mistério”

Devemos portanto entender que o Ente Absoluto em sua imensa sabedoria determinou que nossa mente aceitasse estas subordinações de sua energia una, e assim, seus entes relativos entendessem sua existência como reflexos de suas manifestações cósmicas. São como degraus ocupados, conforme afirmam as doutrinas, nichos dentro do infinito da Criação onde o espírito humano ocupa seu lugar e busca sua evolução de volta à fonte. Toth, o Hermes egípcio, quando se referia que o alto é igual ao baixo, já dava ao ente humano conceito de microcosmo, fazendo dele o micro-Deus ou Deus pequeno, como quer Molinero. Isto quer dizer, “o ente relativo é uma unidade, como uma Unidade é Deus, formado pelas múltiplas partes do todo”. “O homem tem um pouco de tudo e de todas as partes”. “O Criador não poderia em sua magnitude, reservar esta para si mesmo”, escreve o guru. Ele, o Absoluto, “se desintegra em trilhões e trilhões de partículas, para ceder uma a cada ser, que é a agulha imantada, como a da bússola aponta sempre para o norte, indicando sempre o Criador”. Molinero acredita que nossa obrigação é “a de fazer com que esta partícula cresça para que em seu dia, quando os homens estejam preparados para tal transcendência, unidos entre si, formar de novo o corpo físico de Deus, mais gigantesco pelo enriquecimento de nossa obra, que é a obra dos seguidores do Criador”. A estas partículas de luz espiritual Arthur Koestler denominou de “hólon”, esta entidade que é um todo e ao mesmo tempo parte de um outro todo. Se observarmos os processos naturais e as coisas realmente existentes, logo evidencia-se que elas não são simplesmente um todo, são também partes de algo mais. São todo/partes, são hólons.

Os pitagoristas criaram o termo Kosmos, traduzido comumente do grego como cosmos. Mas o significado original de Kosmos era a natureza ou processo padronizado de todos os domínios da existência, da matéria à mente, a Deus, e não somente o universo físico, que é o sentido atual de “cosmos” e “universo”. Assim sendo o Kosmos pitagórico contém o cosmos (a fisiosfera), o bios (a biosfera), a psique ou nóos (a noosfera) e o teos (a teosfera, ou domínio divino). Mesmo os cientistas que no passado recente ofereceram grande resistência ao pensamento holístico, hoje percebem, através da observação física dos fenômenos da natureza, a complexidade do Kosmos, a unicidade e ao mesmo tempo polaridade dos fenômenos, seguindo verdadeira lógica estrutural inegável, confirmando o antigo dito esotérico que diz: “nada acontece por acaso no universo”, prova de uma consciência superior organizadora, um demiurgo universal. Os eventos não são apenas frutos do acaso, pelo contrário, ele, o acaso, é exatamente aquilo que a disposição autotranscendente do Kosmos supera. 

A palavra religião deriva-se do latim “religare”, isto é, entrar em contato, em sintonia com as energias associadas a Ele que por sua vez são como nós, também parte integrante do Criador. Como entes não podemos deixar de estar em contato com o Kosmos, mas muitas vezes, mergulhados em nosso cotidiano, deixamos de perceber objetivamente seus influxos, que ficam dormentes, inconscientemente esquecidos dentro de nós, seres superiores, vivendo a ilusão espaço-temporal da matéria densa. Estamos num estado de vigília, hipnotizados pelo mundo exterior, obcecados em satisfazer todas as nossas necessidades físicas e materiais, para mitigar nossa ansiedade em relação ao futuro, esquecendo nossos anseios interiores que exercem como as Fúrias do mito latino em seu tormento sutil, uma cobrança por uma maior espiritualidade e significação, isto é, paz interior. Parece que queremos negar que somos, e como não podia ser diferente, Ele também é, condutor e ao mesmo tempo veículo em movimento neste Caminho infinito de evolução do espírito, numa espiral ascendente de tendências rumo ao evento primordial desconhecido.

Todo o ente humano possui uma anima, ou alma espiritual, um holón que é seu “eu” verdadeiro. Nosso corpo casual é simplesmente um reflexo material dela, nosso templo terreno. Este hólon, partícula de iluminação, centelha imortal, emanação do Absoluto, manifestação de Deus, é nosso instrutor e guardião, presença interior, observadora e guia condutora ao que deve ser melhor para nós em nossa evolução cármica.

Nossa personalidade, reflexo imperfeito da alma, através da qual agimos neste plano terreno, está aqui para adquirir experiência e conhecimento, em direção à nossa verdadeira natureza espiritual, desenvolvendo virtudes e aptidões e erradicando nossas paixões e obsessões, que nos desvirtuam, colocando-nos fora de sintonia com a fonte divina primordial.

Esta vida é apenas parte do processo evolutivo, como se fosse apenas um dia dentro do infinito temporal que nossa alma/espírito experimenta na sua imortalidade.


A partir do momento que a alma e seu reflexo, a personalidade estejam habitando o corpo em harmonia, viveremos em paz, felicidade, alegria e saúde. Somente quando nossa personalidade nos desvia do Caminho estabelecido pela alma, seja através do desejo leviano ou pela influência negativa de outros, é que emerge o conflito interior/exterior do ser.

Como revelam todas as crenças e religiões do planeta, há uma Unidade em toda a Criação representada pelo Kosmos que recebeu muitas diferentes denominações em cada uma delas. O Criador Uno manifesta-se de várias formas através de suas energias e portanto tudo está Nele. Cada parte da Criação evolui em direção à Fonte, centro da verdadeira beleza e amor universal.


Dentro desta visão holística, síntese de toda a sabedoria milenar humana, os erros fundamentais de conduta, geradores de conflitos e as doenças decorrentes no plano físico e psicológico do indivíduo, o “microcosmo”, são uma dissociação entre alma e personalidade, em oposição com a consciência da Unidade, o “macrocosmo".

Com o Tarô podemos identificar os conflitos interiores e exteriores, geradores da dissociação, e prever suas conseqüências diretas na vida do consulente. Os caminhos são mostrados tanto no plano espiritual ou anímico, quanto na vida material a que estamos sujeitos pela existência enquanto ente humano. Podemos determinar através do nosso livre arbítrio nosso destino, mas ficamos presos a paradigmas de vida que são percebidos pela magia das laminas sagradas. São poucos aqueles que conseguem mudar seu destino ou seu carma através de profundos câmbios de pensamento e comportamento individual, pois somos sempre frutos da cultura humana universal. A maioria age como os lemingues, buscando o próprio abismo, na falta de fé em si e nos outros entes humanos. Buscam com sofreguidão o futuro quando deviam estar preocupados com o presente no seu modo de agir e pensar. Pensam que a vida é um jogo de Tarô e esquecem de viver a vida, coisa mais fundamental e importante. Assim sempre cumprem seu vaticínio.

O Tarô serve entre outras coisas como terapia de autoconhecimento, desde que acompanhado por tarólogo competente e idôneo que evite a excessiva dependência do consulente ao oráculo, mas utilize os Arcanos para ajudar a encontrar a identidade perdida de sua alma. Buscar no entendimento dos fluxos cósmicos captar a compreensão para a solução de nossos problemas terrenos. Através da meditação, do trabalho voluntário, da filantropia, podemos perceber mudanças reais nos indivíduos de seus paradigmas interiores, para de forma benéfica encontrar um melhor entendimento com a vida e uma melhor evolução cármica. É assim que mudamos nossos destinos, ao percebermos nossa curta existência neste plano e a necessidade de mitigar a dor de nosso próximo, na maioria das vezes mais desafortunado que nós. Exercitar o desapego ou não. A escolha é nossa.

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