Arcanos Maiores

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Tarot de Marselha

sábado, 28 de agosto de 2010

TAROT - ROTAT - TORAT - RATOT - TATOR



Tarot -  Origens Desconhecidas





Hermes Trimegisto, três vezes maior entre os iniciados, conforme revela seu nome, foi o autor destas lâminas simbólicas. Foi chamado de Thot pelos padres no Antigo Egípcio, aquele que transformou símbolos primitivos em imagens antropomórficas e hieroglíficas. Ele é considerado o deus da sabedoria, da magia e da escrita. Foi também responsabilizado pelo advento da antiga alquimia. O sincretismo claro da associação do deus Egípcio, com seu nome grego, denuncia a origem das lâminas para depois da dominação helênica da Ásia e Oriente distante. Tais conhecimentos difundidos pelo dominador chegaram até mesmo na distante China. Segundo a mitologia grega, Hermes, auxiliado por Apolo, desenvolveu a leitura do futuro através de pequenos seixos, origem mais provável das lâminas, antes símbolos primitivos, de culto cerimonial, pré-históricos, que evoluíram para imagens e figuras humanas com o desenvolvimento filosófico e evolução da civilização. O próprio baralho fornece uma dica de sua antiguidade ao representar imagens de sumo sacerdotes e imperadores em seus signos ou Arcanos, remonta sua criação e seu uso pelo tempo do surgimento das cidades estado muradas em todo Oriente e o surgimento de suas oligarquias seculares e clericais com pretensões de origem divina.



Com suas origens perdidas no passado, o tarot foi certamente originário de cultos oraculares pré-históricos, antigos jogos de runas para adivinhação que foram elaborados por xamãs para possibilitar a comunicação, o acesso do ser humano com seus deuses, prática conhecida em toda a eurásia e difundida na Grécia, no Egito e no Crescente Fértil. No Egito eram associados seus símbolos ao Deus Toth, criador da ciência e da escrita, o Hermes Trimegisto. Quando da invasão do Egito pelos macedônios comandados por Alexandre, conforme Plutarco, o conquistador intentou criar uma religião universal do novo império que foi difundida por toda Europa e Ásia, com seus sacerdotes chegando junto com os exércitos do macedônio até a Índia, bebendo da sabedoria dos gimnosofistas, e posteriormente através das caravanas dos mercadores até à distante China. Percursor dos atuais baralhos de carta, as lâminas do Tarot e seu significado milenar foram estudados pelos maiores místicos do passado e na atualidade por cientistas estudiosos da psique humana em função de sua complexidade arquetípica. 


Mestre de Alexandre o Grande, Aristóteles influenciou de forma determinante o pensamento filosófico e religioso do jovem conquistador. Iniciado pelo mestre nos mistérios do esoterismo grego, o conquistador logo percebeu a importância da religiosidade entre os povos conquistados. Segundo Plutarco em sua obra “Mistérios de Ísis e Osíris”, Alexandre conhecendo as semelhanças de atributos entre os cultos Egípcio, Grego e Mesopotâmio e o Zoroastrismo Persa, pretendeu criar uma religião universalista baseada no pensamento esotérico de então. Foi no Egito, conquistado dos Persas, fiel ao seu sistema de incentivar a fusão das tradições do Oriente com os costumes da civilização grega, que o rei macedônio visitou o Oásis de Amon, o deus solar egípcio denominado entre os gregos de Apolo, onde foi consagrado pelos sacerdotes como filho do deus. Neste momento deve ter intuído a importância de um sistema religioso padrão para ser difundido pelo novo império e encontrou nas laminas criadas por Thot, o hermes egípcio, que eram utilizadas para catequese dos crentes e estudos adivinhatórios dos astros, como a forma ideal, mais eficiente, de divulgação da nova fé baseada nos antigos conhecimentos esotéricos egípcios. O Egito era na época o grande centro religioso, a civilização mais antiga do mundo Antigo.






Conforme a lenda, difundida entre os iniciados do esoterismo, foi encontrado em um antiquíssimo manuscrito na Biblioteca Nacional de Paris relato detalhado sobre a criação das lâminas e que descreve suas origens assim:

“Transportemo-nos pelo pensamento a três mil anos atrás, no meio desta espantosa e grandiosa civilização egípcia, revelada cada dia mais, ao nosso século, pelos trabalhos dos arqueólogos”.

“Entremos numa destas cidades de que Paris formaria um quarteirão, atravessemos o círculo de defesa guardado por um contingente de soldados bem equipados e passemos pelo meio dos habitantes tão numerosos e atarefados como os das nossas maiores cidades”.

“Em toda a parte elevam-se, a prodigiosas alturas, monumentos de uma estranha arquitetura; os terraços das casas ricas indicam a primeira entrada de uma gigantesca escadaria formada pelos palácios e os templos, e dominada pela habitação silenciosa do chefe do Império”.

“As grandes cidades estão em toda parte fortificadas; o Nilo é preso por diques e enormes reservatórios estão prontos, para receberem água, transformando assim terríveis inundações em benéficas irrigações”.

“Tudo isto deixa supor a existência de uma ciência e de sábios; porém, onde estão eles?”

“Nessa época, a ciência e a religião se achavam confundidas num só estudo, e todos os sábios, engenheiros, médicos, arquitetos, oficiais superiores, escribas, etc., chamam-se padres ou iniciados”. 


“Evitemos confundir o padre na antigüidade com esta palavra tomada no sentido que lhe atribuem os contemporâneos, para não cairmos nos mais grosseiros erros, entre outros, no de crermos que o Egito estava entregue ao despotismo clerical na sua pior acepção”. 



“É no templo que era dada a instrução em todos os graus, conforme métodos perfeitamente estabelecidos e imitados em todos os países do mundo nessa época”. 


“A instrução mais elevada que o homem pode adquirir é dada, principalmente, no grande templo do Egito e é aí que vêm estudar os futuros grandes reformadores: Orfeu, Licurgo, Pitágoras, Moisés e muitos outros célebres sábios”. 

“Uma das ciências em que as investigações são mais firmes é a astronomia. Sabemos hoje, que seus sábios conheciam então o movimento dos astros, da Terra em relação ao Sol, assim como a posição deste em relação aos seus satélites. Uma grande parte dos contos mitológicos se refere a estes mistérios. Os sábios da época ensinavam aos seus discípulos a astronomia por meio da pequenas lâminas que representavam os meses, as estações, os signos do zodíaco, os planetas, o Sol, etc. É assim que fixavam na imaginação dos estudantes, os dados, que, mais tarde, iam verificar na natureza”. 


Ainda sobre o antigo manuscrito da Biblioteca de Paris temos o seguinte texto revelador:






“Houve um tempo em que o Egito, não podendo mais lutar contra os invasores, teve que preparar-se para a decadência próxima de costumes e crenças. Foi então que seus sábios formaram uma grande assembléia para saberem como salvariam da destruição a ciência, reservada até então aos homens considerados dignos de possuí-la”.

“Discutiu-se, pelo que parece, primeiramente para saber se os segredos seriam confiados a homens virtuosos recrutados secretamente uns pelos outros, para transmitirem estas sublimes verdades, de geração. Porém um padre tendo observado que a virtude é a coisa mais frágil e difícil de encontrar, propôs confiar a tradição científica ao vício”.

Este conselho foi então seguido pelos mestres.









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